Quem quer que fosse não sou mais...
Fui muitas, amplamente distintas na igualdade de ser, mas muitas em cada época e momento.
E de tanto ser o que sou, ou melhor o que fui, cansei-me procurando outra, desmentindo-me a mim mesma!
Sou o que o momento me exige, o que a força consegue, o que da loucura escapa.
Nisso sim sei ser constante, na minha própria inconstância!
Não a abandono talvez porque não queira, talvez queira ser de tudo um pouco nesta vida, ou talvez a questão não seja quereres!
Os dias de ontem passaram-se em réplicas diferentes desta cara.Amanhã não serei o que sou hoje porque irei aborrecer-me desta aparência estática de um segundo fotográfico ...
Serei ainda muitas outras, tantas quanto os anos o deixarem!
Tudo o que serei irá moldar-se pelos olhos e na crença irei desacreditando-me a passos largos, como de um fanatismo extremo da evidência a um cepticismo no qual tudo põe em causa!
E por entre os opostos vou recriando a outra, aquela que ainda está adormecida, que ainda não brotou à superfície, mas que vai esperando pela sua hora, como criança que sou crescendo, num compasso impecavelmente pontual, sem enganos nos ponteiros!
Fui, sou e serei eu em tantas outras distintas, mas infinitamente iguais por estarem presas ao tempo, num corpo moldado pelos anos, esculpido pelas marés, fruto da Terra que o criou em matéria que nunca deixará de ser!
Tanta metamorfose pode criar o caos em pouco tempo. Cada segundo para mudar a personagem, criar um rosto virgem em cada sulco de tempo..chiça
ResponderEliminarepá é a vida my dear...
ResponderEliminarsó que não há personagens diferentes, são todas a mesma! Se fosse a ti lia outra vez o texto para ver se o entedes melhor...
tenta ver as entralinhas pode ser que chegues lá!