sexta-feira, 19 de junho de 2009

How many am I?

Deixei de ser quem era.
Quem quer que fosse não sou mais...
Fui muitas, amplamente distintas na igualdade de ser, mas muitas em cada época e momento.
E de tanto ser o que sou, ou melhor o que fui, cansei-me procurando outra, desmentindo-me a mim mesma!
Sou o que o momento me exige, o que a força consegue, o que da loucura escapa.
Nisso sim sei ser constante, na minha própria inconstância!
Não a abandono talvez porque não queira, talvez queira ser de tudo um pouco nesta vida, ou talvez a questão não seja quereres!
Os dias de ontem passaram-se em réplicas diferentes desta cara.
Amanhã não serei o que sou hoje porque irei aborrecer-me desta aparência estática de um segundo fotográfico ...
Serei ainda muitas outras, tantas quanto os anos o deixarem!
Tudo o que serei irá moldar-se pelos olhos e na crença irei desacreditando-me a passos largos, como de um fanatismo extremo da evidência a um cepticismo no qual tudo põe em causa!
E por entre os opostos vou recriando a outra, aquela que ainda está adormecida, que ainda não brotou à superfície, mas que vai esperando pela sua hora, como criança que sou crescendo, num compasso impecavelmente pontual, sem enganos nos ponteiros!
Fui, sou e serei eu em tantas outras distintas, mas infinitamente iguais por estarem presas ao tempo, num corpo moldado pelos anos, esculpido pelas marés, fruto da Terra que o criou em matéria que nunca deixará de ser!

2 comentários:

  1. Tanta metamorfose pode criar o caos em pouco tempo. Cada segundo para mudar a personagem, criar um rosto virgem em cada sulco de tempo..chiça

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  2. epá é a vida my dear...
    só que não há personagens diferentes, são todas a mesma! Se fosse a ti lia outra vez o texto para ver se o entedes melhor...
    tenta ver as entralinhas pode ser que chegues lá!

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