segunda-feira, 27 de julho de 2009

Something I can never have

http://www.youtube.com/watch?v=UEW8riKU_tE

I still recall the taste of my tears.
Echoing your voice just like the ringing in my ears.
My favorite dreams of you still wash ashore.
Scraping through my head till I dont want to sleep anymore.

Come on tell me.
Make this all go away.
You make this all go away.
Im down to just one thing.
And Im starting to scare myself.
Make this all go away.
You make this all go way.
I just want something.
I just want something I can never have

You always were the one to show me how
Back then I couldnt do the things that I can do now.
This is slowly take me apart.
Grey would be the color if I had a heart.
I just want something I can never have.
In this place it seems like such a same.
Though it all looks different now,I know its still the same
Everywhere I look youre all I see.
Just a fading fucking reminder of who I used to be.

Come on tell me.
Make this all go away.
You make this all go away.
Im down to just one thing.
And Im starting to scare myself.
Make this all go away.
You make this all go way.
I just want something.
I just want something
I can never have
I just want something
I can never have

Think I know what you meant.
That night on my bed.
Still picking at this scab
I wish you were dead.
You sweet and perry ellis.
Just stains on my sheets.

Sick Doll

http://www.youtube.com/watch?v=s3m1FKEt5UM

Hope there´s someone

http://www.youtube.com/watch?v=8b5HHRT8xvw&feature=related

Hope there's someone
Who'll take care of me
When I die, will I go
Hope there's someone
Who'll set my heart free
Nice to hold when I'm tired

There's a ghost on the horizon
When I go to bed
How can I fall asleep at night
How will I rest my head
Oh I'm scared of the middle place
Between light and nowhere
I don't want to be the one Left in there, left in there
There's a man on the horizon
Wish that I'd go to bed If I fall to his feet tonight
Will allow rest my head

So here's hoping
I will not drown
Or paralyze in light
And godsend
I don't want to go
To the seal's watershed

Hope there's someone
Who'll take care of me
When I die,
Will I go
Hope there's someone
Who'll set my heart free
Nice to hold when I'm tired

On the bound

http://www.youtube.com/watch?v=s4-wbC8AnM0

All my life is on me now, hail the pages turning
And the future is on the bound, hell don't know my fury

You're all I need, you're all I need, you're all I need
You're all I need, You're all I need, you're all I need
Youre all I need - and maybe some faith would
Do me good

I don't know what I'm doing, don't know should
IChange my mind, I can't decide, there's too many
Variations to consider
No thing I do don't do no thing but bring me
More to do, It's true, I do imbue my blue unto myself,I make it bitter

Baby, lay your head on my lap one more time
Tell me you belong to me
Baby say that it's all gonna be alright
I believe that it isn't.

Abril Despedaçado

http://www.youtube.com/watch?v=sJrv-WpP8bU


obrigada ao amigo que me mostrou esta música :)

é linda!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Meio Dia

Era meio dia quando o despertador tocou. Sim meio dia, tal como ontem desde há tanto tempo que se perdeu na contagem. Podiam ser três da tarde, tal como há meia hora, tal como há séculos. É assim que esta história começa. No meio dia algures de um ano qualquer, que se perdeu na sua memória.

Olhou para as suas mãos vincadas ainda dormentes e reparou que há muito que não dava por elas, nas mãos que gravavam a sua alma. Era escritor desde há algum tempo, não sabia ao certo o dia em que borrou a primeira folha de papel, mas tinha a certeza que a partir desse momento a sua vida mudou.

Entrou num mundo que nunca havia estado, no mundo transtornado, abstracto de balões de ar quente, misteriosas vibrações da arpa que acompanhavam o movimento do seu corpo, dos candelabros em cristal no seu palácio, visionando a perfeição das formas e explosões coloridas do jardim, tapete do seu quarto.Nada fazia para além da permanente criação, da contemplação do silêncio que o guiava até a si mesmo. Mergulhou nas lagoas onde habitavam deuses efémeros homens peixe, árvores falantes, flores serpente, explorou todo o seu subconsciente e por momentos julgou conhecer o iceberg por completo.Ás vezes podia estar perante a multidão, mas nada, absolutamente nada perturbava as suas viagens de explorador dos novos mundos. Encantou-se nas suas retiradas longínquas, no seu oceano interior, nas selvas de amazónia em que era predador. Amava a lua, a noite, a madrugada que acompanhava quase sempre o seu papel.

Sonhar era tudo e de sonhos ele vivia. Sempre fora lunático, um espírito livre de contos de fadas, crente em espíritos, forças ocultas e no poder da mente. Desde que se lembra de ser gente sempre se conheceu assim, mas a escrita afundou-o de tal modo em si que ele simplesmente esqueceu de viver o presente. A realidade nossa era demasiado enfadonha, demasiado decepcionante. E porquê viver neste mundo quando podia planar sobre a imaginação que o levava aos castelos de prata, aos ventos do oriente, aos trilhos de amoras?

Assim passou-se o tempo sem dar conta, passaram-se dias, meses, anos e foi quando nesse meio dia em que o despertador tocou, foi aí que reflectiu sobre as suas mãos vincadas, sobre céu de chuva escura, sobre o seu quarto imóvel em que o tempo passou. Nesse dia desabou o peso do mundo sobre as suas costas, sobre os seus ombros, tornou-se corcunda de pernas desfeitas e calos nos pés. Nesse dia carregado de angústia viu a sua imagem de Homem decomposto, cadavérico, andrajoso, tinha perdido os sentidos para este mundo.

Tentou olhar aqueles com quem se cruzava, com homens de carne e osso e não as figuras bizarras que via neles depois de tanto tempo, mas uma distância de anos de luz separava-o dos outros. Tentou encontra-se, humanizar-se entre as gentes estranhas com quem se debatia, mas o seu desencanto corria em crescendo, ascendendo ao cúmulo da repugnância de si como ser real, como ser que age, como ser que vive. A corrente contra o seu mundo era demasiado forte para não ceder e com o seu esforço imenso só caía em frustração. Esta luta foram outros tantos anos, tantos quantos aqueles em que não esteve cá.

Agora não se encontrava cá nem lá, estava entre os dois mundos e nesse lugar assombroso, arrepiantemente frio e distante, finalmente descobriu quem era, um homem escritor vivendo delírios, esquecendo a sua vida, alimentando o derradeiro pesadelo desta vez bem real, sentido a carne desfeita em feridas abertas onde olhava os seus membros esvaindo-se em sangue.

Agora via-se doente curvado em si como um feto na placenta, voltando a nascer, vendo pela primeira vez a Terra. Mas esse sangue escorrendo pelo seu corpo era ainda sinal de vida, de uma vida atormentada, mas ainda assim vida. Lutou desenfreadamente contra o desgosto, contra a culpa da sua auto mutilação, contra os estados de animo incontroláveis que o acordavam em pesadelos, em lençóis de lágrimas em que se afogava.

Lutou, caíu, morreu! E morreu de cama, num quarto repleto de monstros e mil olhos julgadores da sua condição.

Morreu!

E nada melhor podia ter acontecido senão a sua morte porque dele nasceu outro, bem diferente, bem feliz por perceber que o maior dos perigos espreita em nós, seres estranhos, onde encontramos um universo de ilusão.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Quarto Vermelho

Como eu queria unir a minha fúria à minha espada,

esventrar as nuvens de cotão que passam pelo meu quarto,

a sala da minha mente que venera o sofrimento.

levanto-me e percebo as minhas mãos apáticas que rasgam em tremores descontrolados ferindo as cinzas do inferno que guardo.

Olho o relógio que não pára e nele percebo que o tempo está inversamente inerte.

Assim vão implodindo as chamas, os jazigos debaixo da minha almofada, o cheiro a cadáver meio vivo que me visita em sonhos.

Divagando no quarto vermelho da minha mente alimento o monstro que me consome, que me inala absorvendo a réstia do que sou,

e a minha almofada descobre num instante o ser necrófago e devora o que um dia se moveu, que foi algo para além dele na minha mente.

É neste plano que a morte se acaba e o negrume das pálpebras cerradas embalam-me ao som de um doce silêncio trágico.

sábado, 18 de julho de 2009

Travessia do ser

Caso não vejas quem sou, porque não vês, olha-te por dentro

descobre-te primeiro antes de ousares pensar quem sou

e quando olhares o universo em que te perdes poderás não ter mais chão, nem certezas,

verás abismo sobre abismo em que caminhas e percebes que não fazes ideia de quem te julgavas ser

e abraçando a tua própria infinitude saberás que nunca verás a minha, a dele ou a de qualquer outro

podes sentir a minha mão na tua cara, o meu silêncio voando sobre palavras, expressões que me desmentem

mas nunca o que vai dentro, nunca onde a minha mente me leva, porque é livre e sem dono

porque é inoportuna, porque esconde a inocência que não tem

quando olhas não vês

não nos vemos porque somos tão distantes como as estrelas da Terra

porque não somos quem pensamos ser, somos obras de Deus em criação

quando pensaste que sou já fui, não sou mais!

e amando a liberdade do meu sonho não o entrego a ninguém de mão beijada!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Breaking the waves

http://www.youtube.com/watch?v=b_3Nio8P5gQ

Para quem acredita num destino eis um filme que demonstra a fé inabalável de uma mulher corajosa capaz de tudo para salvar o seu amor.

Excelente interpretação da actriz Emily Watson num filme cortante de Lars von Trier.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

St Anger

Em homenagem aos Metálica que estão a poucos metros de casa lol

A put........ da loucura


http://www.youtube.com/watch?v=mWmRMPlxMsU

Ámen :)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Blow up the outside world

Stop fucking crying and just blow up the outside world

I wanna see some rage, bring me what you´ve got.....


http://www.youtube.com/watch?v=j22KaVO1KqE

Hora da Noite

Lívia de braços fechados no peito. Lívia silênciosa. O frio entrava pelo seu corpo. Mas a música vinha como um calor, um calor e uma alegria.
O seu homem estava longe, morto no mar. Lívia perfeita, de cabelos molhados escorrendo no pescoço. Não veria o cadáver de Guma, que os homens se cansaram de procurar com uma vela no mar de óleo, parado, fechado como o corpo de Lívia.
Os outros rondavam na sua porta. Rondavam seu corpo sem dono, seu corpo perfeito. Lívia desejada por todos fechou os braços sobre o peito. Nenhum soluço balançou seu colo moreno. Vinha a música quente do negro:
.

É doce morrer no mar...


Nenhum soluço. Só o frio que a invade e a visão do mar morto de óleo. Debaixo dele correria o corpo de Guma como um navio sem leme. Os peixes em torno. Iemanjá iria com ele e o cobriria com seus cabelos. Guma iria para outras terras como um marinheiro de um grande navio. Iria passear pelos recantos mais misteriosos do mar, acompanhado de Iemanjá. Seguiria sua rota, marinheiro no mar procurando seu porto.
Lívia olha o mar morto de águas de chumbo. Mar sem ondas, pesado, mar de óleo. Onde estão os navios, os marinheiros e os naufrágios? Mar morto dos soluços, quedê as mulheres que não vêm chorar os maridos perdidos? Onde estão as crianças que morreram na noite do temporal!? Onde está a vela do saveiro que o mar engoliu? E o corpo de Guma, que boiava com longos cabelos morenos na água que era azul? Na água plúmbea e pesada do mar morto de óleo corre como uma assombração a luz de uma vela à procura de um afogado. É mar que morreu, é o mar que está morto, que virou óleo, ficou parado, sem uma onda. Mar morto que não reflecte as estrelas nas suas águas pesadas.
Se a lua vier, se a lua vier com a sua luz amarela, correrá por cima do mar morto e procurará como aquela vela o corpo de Guma, o de longos cabelos morenos, o que marchou pela estrada do mar para o caminho das Terras sem Fim, das costas de Aiocá.
Lívia olha da sua janela o mar morto sem lua. Aponta a madrugada. Os que homens rondavam a sua porta, o seu corpo sem dono, voltaram para as suas casas. Agora tudo é mistério. A música acabou. Aos poucos as coisas se animam, os cenários se movem, os homens se alegram. A madrugada rompe sobre o mar morto.
Só Lívia tem o corpo frio e frio o coração. Para Lívia a noite continua, a noite sem estrelas do mar morto.