sábado, 18 de julho de 2009

Travessia do ser

Caso não vejas quem sou, porque não vês, olha-te por dentro

descobre-te primeiro antes de ousares pensar quem sou

e quando olhares o universo em que te perdes poderás não ter mais chão, nem certezas,

verás abismo sobre abismo em que caminhas e percebes que não fazes ideia de quem te julgavas ser

e abraçando a tua própria infinitude saberás que nunca verás a minha, a dele ou a de qualquer outro

podes sentir a minha mão na tua cara, o meu silêncio voando sobre palavras, expressões que me desmentem

mas nunca o que vai dentro, nunca onde a minha mente me leva, porque é livre e sem dono

porque é inoportuna, porque esconde a inocência que não tem

quando olhas não vês

não nos vemos porque somos tão distantes como as estrelas da Terra

porque não somos quem pensamos ser, somos obras de Deus em criação

quando pensaste que sou já fui, não sou mais!

e amando a liberdade do meu sonho não o entrego a ninguém de mão beijada!

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