sábado, 12 de setembro de 2009

Thai


À média luz da tempestade neste quarto escuro escrevo o que lembra esta estadia húmida da época das chuvas tropicais

O mar cola-se à terra e brinca com ela ao sabor do vento forte

Envolve-a nas ondas escuras de areia fina e o céu desaba sobre nós no abrigo destes quartos, espreitando o sol que se esconde, olhando as árvores dançantes embaladas no berço dos deuses

O mundo é para se olhar como ele se apresenta

E se estamos em épocas de tufões e maremotos, de furacões furiosos, então que eu feche os olhos e sinta a histeria sonora

Então que olhe o tempo como tempo que é e não como tempo que queira

Que estas nuvens negras encadeiem os meus sentidos, que este vendaval de águas turvas me carregue ao colo, que esta selva de elefantes saúde o pão da Terra

Enquanto aqui estiver o mundo passa e agora este é o meu minuto, a minha hora, os meus dias e noites de onde ouço o impetuoso grito da Terra!

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