quinta-feira, 14 de maio de 2009

Eu e o mocho em comunhão com a lua


bolas de sabão cristalizadas na atmosfera ímpar

é isso que respiro, que inspiro a todo o custo

aneís de saturno que me circundam sem parar até ficar tonta e cair em vómito

espirais de onde me atiro até alcançar a segunda dimensão

e depois há ondas de choque que me acordam derrepende num jardim nocturno

e eu vejo o mocho, meu amigo sinistro mocho, que me acompanha nestas baladas

ele penetra em mim e deixa-me levar em suas asas

então eu animal mocho, assim me sinto, garras bizarras, olhos atentos e caçador de presas, conspirador das dúvidas alheias, amante da sabedoria, não dos outros, isso cabe à coruja, mas da sua própria luz que intriga a santidade

eu e mocho em comunhão com a lua...... e os bosques percorridos tão perfeitos em fascínios de folhas das trevas e árvores que ganham formas de deuses demónios bestiais, de fadas amputadas límpidas em luz que nem chegam a ser tenebrosas, e duendes feiticeiros que cheiram a podre mas os encantos que trazem ultrapassam qualquer incómodo, o manto plano que encobre as presas recondidas, ratos nojentos o nosso alimento de culto

e tudo ganha mais cor quando do céu planam morcegos, os sugadores de sangue, vampiros noctivagos tal como eu e mocho em comunhão com lua!

Sem comentários:

Enviar um comentário