o meu cérebro é um deserto inóspito
viajando na carruagem do traem que percorre as linhas férreas
assim vou-me distraindo com os locais e cenários que me envolvem
de encontro ao meu livro entranho-me nele disformemente
absorta pelas palavras, pelas linhas e capítulos e já não reconheço diferença entre o que sou e o que ele representa
relata as personagens complexas nos actos e pensamentos e o ar torna-se denso, de difícil respiração
retida na leitura revejo-me em cidades distantes e frias, poluídas de pensamentos pecaminosos que ocorrem no desespero!
paro derrepente quando a criança de trás está de birra e dou-me conta da minha essência,
olho pelas vidraças e deparo-me com a ruralidade do meu país tão triste e só
mas de novo calo tudo á minha volta e oiço a outra viajem que se entrecala
os olhos voltam-se prá leitura e que parecenças eu encontro entre aquele mundo e este agora!
a cegueira está instalada e neste momento não estou cá nem lá, estou no ermo longínquo cheio de conjecturas e paralelismos
é aqui neste local onde contemplo o mundo que se me apresenta, então dou atenção aos pinheiros mansos e cipestres, às ruínas de casas desfeitas, aos quilómetros de terra árida, à humidade do ar....
é nesta altura que deixo de sentir e toda eu sou analítica à presença os estranhos passageiros e das réplicas de gente humana
observo cada gesto, cada risada, os seus sorrisos e histerias e penso conhece-los naquele mesmo instante!
http://www.youtube.com/watch?v=WT4UpNkTPpM&feature=related
terça-feira, 19 de maio de 2009
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